quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O Nada a Ver de Mateus I


No cap. 12 do evangelho de Mateus temos mais uma distorção do que é dito no Antigo Testamento. Começa assim:


E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados? - v. 10
 
Claro, Jesus curou o homem, o que provocou a ira dos fariseus. Jesus então foge, cura pessoas de uma multidão e pede para que ninguém o revele:


Jesus, sabendo isso, retirou-se dali, e acompanharam-no grandes multidões, e ele curou a todas.
E recomendava-lhes rigorosamente que o não descobrissem - v. 15,16
 
Eis que Mateus solta a sua pérola:


Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz:
Eis aqui o meu servo, que escolhi, O meu amado, em quem a minha alma se compraz; Porei sobre ele o meu espírito, E anunciará aos gentios o juízo.
Não contenderá, nem clamará, Nem alguém ouvirá pelas ruas a sua voz;
Não esmagará a cana quebrada, E não apagará o morrão que fumega, Até que faça triunfar o juízo;
E no seu nome os gentios esperarão - v. 17-21
 

Ué? O que essa profecia em Isaías tem a ver com a situação?! Nela não há qualquer menção quanto a curas no sábado, discussões, fuga do local ou recomendação de silêncio. Mas vamos conferir o que diz Isaías:


EIS aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele; ele trará justiça aos gentios.
Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade trará justiça.
Não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei - Isaías 42:01-04
 
Além do fato da profecia ter sido citada com diferenças significativas, a parte em negrito de modo algum pode ser aplicada a Jesus!

Absurdo: bolinho no cocô

O deus bíblico, descontente com o povo (como sempre), resolve mostrar isso de um modo, digamos, muito esquisito.

Primeiro, ele exige que Ezequiel fique deitado 390 dias sobre o seu lado esquerdo e 40 dias sobre o lado direito. E tendo que fazer isso amarrado! Confira:

Tu também deita-te sobre o teu lado esquerdo, e põe a iniqüidade da casa de Israel sobre ele; conforme o número dos dias que te deitares sobre ele, levarás as suas iniqüidades.
Porque eu já te tenho fixado os anos da sua iniqüidade, conforme o número dos dias, trezentos e noventa dias; e levarás a iniqüidade da casa de Israel.
E, quando tiveres cumprido estes dias, tornar-te-ás a deitar sobre o teu lado direito, e levarás a iniqüidade da casa de Judá quarenta dias; um dia te dei para cada ano.
- Ezequiel 04:04-06

Claro que não poderia faltar o toque de sadismo:

E eis que porei sobre ti cordas; assim tu não te voltarás de um lado para o outro, até que cumpras os dias do teu cerco. - vers. 08

Ah, mas vc ainda não viu nada! Dá uma olhada:

E o que comeres será como bolos de cevada, e cozê-los-ás sobre o esterco que sai do homem, diante dos olhos deles. - vers. 11

Ezequiel reclama:

Ah! Senhor DEUS! Eis que a minha alma não foi contaminada, pois desde a minha mocidade até agora, nunca comi daquilo que morrer de si mesmo, ou que é despedaçado por feras; nem carne abominável entrou na minha boca. - vers. 14

O "bom", "justo" e "sábio" deus atende ao pedido do pobre Ezequiel, e faz uma troca:

E disse-me: Vê, dei-te esterco de vacas, em lugar de esterco de homem; e sobre ele prepararás o teu pão.

Tudo isso não é maravilhoso?

Absurdo: o discurso de Abias


Dentre os varios absurdos que existem na bíblia, tem um que poucos não percebem: a incrível mega-ultra-super voz de Abias e a população de Israel.
 
Sobre a população de Israel temos o seguinte:
 
II Crônicas Cap. 13
3 E Abias ordenou a peleja com um exército de valentes guerreiros, quatrocentos mil homens escolhidos; e Jeroboão dispôs contra ele a batalha com oitocentos mil homens escolhidos, todos homens corajosos.


Isso mesmo, 800.000 (oitocentos mil) + 400.000 (quatrocentos mil) =
1.200.000 (UM MILHÃO E DUZENTOS MIL SOLDADOS).

Partindo do presuposto que Israel, hoje, tem uma população de mais ou menos 7.500.000 (sete milhões e quinhentos mil) habitantes, já seria um numero absurdo ter esse numero de soldados à 2 Mil anos atraz. Sem falar que a população de toda a Israel, até o ano de 1950, não chegava a 800.000 (oitocentos mil).
O problema principal é que os números apresentados são muito impressionantes. Por exemplo, a China possuia, em 2003, o maior efetivo militar do mundo, com 3.470.000 soldados, para uma populaçao de mais de UM BILHÃO E DUZENTOS MILHÕES DE HABITANTES. Já os EUA possuiam 1.373.000 soldados PARA MAIS DE 288.000.000 de habitantes.

Perceba que a média de soldados é uma pequena parcela da população - menos de 5% no caso dos EUA. Israel, que é um país que hoje vive em pé de guerra, nem ao menos entra na lista dos grandes exércitos. Como eles tinham 1.200.000 soldados há mais de 2.000 anos?

Outra coisa impressionante é pensar como eles foram conquistados por Roma, já que nem Roma poderia afrontar um exército de 1.200.000 homens (o único dado que tive acesso sobre números do exército romano fala de um efetivo de 500.000 homens).


Sobre a “mega-ultra-super” voz de Abias, temos o seguinte:
4 E pôs-se Abias em pé em cima do monte de Zemaraim, que está na montanha de Efraim, e disse: Ouvi-me, Jeroboão e todo o Israel:

Abias falou para UM MILHAO E DUZENTOS MIL SOLDADOS.
Se formos parar pra pensar, um Maracanã lotado tem a capacidade de 100.000 (cem mil pessoas). Supondo o estádio totalmente em silêncio (o que e improvável), mesmo se você “gritar”, quem está do outro lado não consegue lhe ouvir.
Imagine 12 Maracanãs Lotados?
 
Ainda, se levarmos em consideração que 2 soldados ocupam um metro quadrado, seriam necessário 60 hectares pra caber a turma da farda, ou seja, QUASE 60 CAMPOS DE FUTEBOL COM A MEDIDA MAXIMA PERMITIDA PELA FIFA.

Seria necessária muita tecnologia do século 21 para que esse discurso fosse bem sucedido. 

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Os Incríveis Egípcios Invisíveis


Qualquer um que leia as narrativas da fuga do Egito, em Êxodo, e da conquista de Canaã, em Josué, talvez não perceba uma estranha omissão: os egípcios.

De fato, após a abertura, ou melhor, o fechamento do Mar Vermelho sobre o exército do faraó, os israelitas não enfrentam sequer um mísero egípcio durante os 40 anos no deserto e a conquista de Canaã. Pior, não encontram nenhum deles durante todo o longo tempo do juízes. Deveriam? Sim, claro.

Nosso ponto de partida é o reinado de Saul, o qual teria começado na segunda metade do século X AEC*, por volta de 1030 AEC. Segundo a bíblia, o período dos Juízes durou mais de 4 séculos. Várias são as indicações bíblicas:

* Atos 13:20 falando em quase 450 anos;
* 1Reis 06:01 falando em 480 anos;
* a própria lista de juízes, com seus períodos somados.
* Juízes 11:26, onde Jefté, o nono juíz dos 15, fala que os israelitas já viviam em Canaã por 300 anos.

Vamos pegar Atos 13:20 e, já que fala em quase 450 anos, vamos arredondar para 440 anos. Somando mais os 40 anos no deserto e mais 1030 do reinado de Saul, vamos parar lá pelo ano 1510 AEC, ou seja, no século XVII AEC.

Problema

Está arqueologicamente comprovado que os egípcios mantiveram um domínio sobre Canaã, em maior ou menor intensidade de acordo com a época, até o século XII AEC, por volta de 1130 AEC, época na qual ainda são encontradas influências egípcias bem no coração de Canaã. Isso quer dizer que, segundo a bíblia, os israelitas ficaram séculos sem ver um soldado egípcio pela frente apesar de haver destacamentos estabelecidos por toda a região, passando incólumes pela duas mais poderosas dinastias faraônicas!

Abaixo, encontra-se a estela de Seti I, contando as vitórias dele sobre as cidades e tribos na região de Beit Shean. Que fique claro: essa estela foi encontrada em Beit Shean pela The University of Pennsylvania.




Onde fica Beit Shean? Exatamente na seta, abaixo.


Assim tal descoberta mostra que os egípcios de fato dominaram essa região da "terra prometida".


*AEC= Antes da Era Comum  


A ausência de evidência não é evidência de ausência, mas não quando sabemos que algo devia deixar alguma. O êxodo e a conquista de Canaã sofrem de dois problemas:

1- Coisas que deviam esta lá, mas não estão.

Milhões de pessoas andando por 40 anos por um deserto não tão grande deviam deixar alguma evidência. Os arqueólogos descobrem restos minúsculo de vários povos da região. Até azeitonas já encontraram, mas nenhum sinal desse multidão de fugitivos.

Nenhum sinal também na sociedade egípcia. Nenhum sinal de colapso econômico/social devido a perda dessa gigantesca força de trabalho escrava.

2- Coisas que não deviam estar lá, mas estão.

Esse é o problema apontado diretamente nesse tópico. Os egípcios estavam lá em Canaã, com suas fortalezas e cidadelas, antes, durante e depois da data da suposta invasão israelita. Não se trata de meros fragmentos, são construções com inscrições e selos dedicados ao faraó do momento espalhados pela Canaã da época. 

Mais problemas históricos:

- se TODO o exército foi exterminado com o Faraó, o que impediu que os Assírios tomassem o Egito? 
- Outro dado curioso. Os 3 faraós do período, o do início da estadia dos hebreus no Egito, o do escravidão e o da fuga não são nomeados. Parece que o redator bíblico não sabia seus nomes!


Para maiores informações em inglês: http://rehov.org/project/tel_beth_shean.htm#Egyptian


Contradição: a morte de Judas

A pergunta é: como Judas morreu?

ENFORCADO? 

Mateus 27:5 

E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.

OPA! NÃO FOI:

Atos 1:18

Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniquidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O anjo exterminador

Parte 1

II Reis 19
35 Sucedeu, pois, que naquela mesma noite saiu o anjo do SENHOR, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles; e, levantando-se pela manhã cedo, eis que todos eram cadáveres.

Como podemos ver, existe um trecho no “livro sagrado” que está mal formulado, dando a entender que todos os cadáveres se levantaram de manhã cedo e viram que eles mesmos (cadáveres) eram corpos mortos. Como pode?

Alguns cristãos justificam essa passagem da seguinte forma: Que não está especificando quem foram as pessoas que se levantaram de manhã, portanto, não foram os mortos e deve ter sido outros do arraial.

Só que, Isaias é mais detalhado nessa parte e “quebra” esse argumento dos cristãos:
Isaias 37
36 Então saiu o anjo do SENHOR, e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles; e, quando se levantaram pela manhã cedo, eis que todos estes eram corpos mortos.

Pronto, essa passagem deixa claro que foram os próprios cadáveres que se levantaram pela manhã e viram que eles mesmos estavam mortos.

Algumas outras versões da bíblia, como por exemplo, a “Nova Versão Internacional”, afim de “tapar” e corrigir essa falha, muda o texto, afirmando que foi o “povo” que se levantou: Quando o povo se levantou na manhã seguinte, só havia cadáveres!

Muitas mudanças! Demais, por sinal.

Parte 2 

Como vimos, os dois versículos concordam numa coisa: O Anjo do Senhor matou em apenas uma noite 185.000 (cento e oitenta e cinco mil homens).

Exatamente isso, naquele tempo (mais ou menos 3 mil anos atrás) um anjo do senhor conseguiu matar 185 mil pessoas em uma noite!

Para termos uma idéia, a guerra mais sangrenta na história da humanidade foi a Segunda Guerra Mundial, durando 6 anos (1939 a 1945), na qual morreram mais ou menos 70 milhões de pessoas.

Se fizermos os cálculos, chegaremos a um numero de 32.000 (trinta e duas mil pessoas por dia), ou seja, QUASE 6 VEZES MENOS mortes que o “Anjo do Senhor” conseguiu proporcionar.

Quantas Bombas atômicas, AR15 e Mísseis esse “Anjo” teria usado?
 

Perfeição de deus - esquecimento na criação?


A pergunta é: Deus é perfeito?
 
Sim! Claro! Como não?
Perfeito serás, como o SENHOR teu Deus. - Deuteronômio 18:13

Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. - Mateus 5:48

Não! E podemos conferir isso no segundo capítulo de Gênesis. Deus cria o homem:
7 E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.

E o põe para cuidar do Éden:
15 E tomou o SENHOR Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.

E aqui temos a prova da imperfeição divina:

 
18 E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.

Mesmo assim, antes de "criar" Eva, Adão foi incumbido de nomear TODOS os animais existentes. Apenas depois desta tarefa, Deus criou Eva.

20 - E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.
21 - Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar;


Obviamente que o fato de Deus ter deixado faltar algo em sua criação - cuja falta não era algo bom - invalida a sua suposta perfeição. E, para piorar, Deus primeiro espera Adão procurar uma parceira entre os animais (!!!) para só então criar a mulher? Vejamos novamente:
 
20 E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.
21 Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão , e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar;
22 E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão .

Absurdo: Adão “adivinho”

Pergunta: Adão era vidente?

GÊNESIS 2

23
E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher...
24 Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

Problemas:

1 - Se o ÚNICO pai de Adão era deus... 
2 - Se Adão e Eva eram os dois únicos humanos na terra...
3 - Se o pecado ainda não tinha acontecido...

Fica a questão:

Como Adão sabia disso?? Ele era vidente?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Absurdo: Deus dorme!

Zacarias 2:13-

"Cale-se, toda a carne, diante do SENHOR, porque ele despertou na sua santa morada."

 SIGNIFICADO DE DESPERTAR:

v t despertar
1 acordar alguém
O barulho acordou-me.
2 fazer nascer
despertar sentimentos de ternura
v int despertar acordar
despertar cedo
subst m despertar nascimento
o despertar do amor

http://pt.thefreedictionary.com/despertar

Contradição: quantos jumentos Jesus pediu?


Mateus diz que foram DOIS:

Mateus 21:2-3

Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos. Indo os discípulos e tendo feito como Jesus lhes ordenara, trouxeram a JUMENTA e o JUMENTINHO. Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou.

Como Jesus montaria na jumenta e no jumentinho?  


Porém, Marcos afirma que foi apenas UM:


Marcos 11:2-3

E disse-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós; e, logo que ali entrardes, encontrareis preso um jumentinho, sobre o qual ainda não montou homem algum; soltai-o, e trazei-mo.  Levaram O JUMENTINHO, sobre o qual puseram as suas vestes, e Jesus o montou.


domingo, 26 de setembro de 2010

Um simples discurso

Transcrevo aqui um discurso feito em Munique, coração da Bavária católica, em 1922, por Hitler:

"Meu sentimento como cristão aponta-me para meu Senhor e Salvador como um lutador. Aponta-me para o homem que, uma vez na solidão, cercado por poucos seguidores, reconheceu esses judeus por quem eles eram e chamou os homens para lutar contra eles, e que - verdade de Deus - foi maior não como sofredor, mas como um lutador.

"No meu amor sem limites como Cristão e como homem, eu leio a passagem que nos conta como o Senhor finalmente se levantou em seu poder  e tomou o chicote para expulsar do Templo a raça de víboras e vendilhões. Como foi maravilhosa a sua luta contra o veneno judeu.


"Hoje, depois de dois mil anos, com a mais profunda emoção, eu reconheço mais do que nunca antes, o fato de que foi por isso que ele teve que derramar o seu sangue na cruz."


Este é apenas um dos muitos discursos e passagens no Mein Kampf, onde Hitler invocou o seu cristianismo católico. 

Não é de se estranhar ele ter recebido um apoio tão caloroso dentro da hierarquia católica da Alemanha.

Fonte: Richard Dawkins,  www.youtube.com/watch?v=yWquVjhdZaU




A arqueologia e a Conquista de Canaã




Durante muito tempo acreditou-se que as narrativas da “Conquistas de Canaã” por Israel eram relatos verídicos. Atualmente, essa visão tem caído por terra. Muitos esquecem que “papel aceita tudo” e que por isso qualquer texto, seja bíblico ou não, precisa ser comprovado externa e internamente para que possa ser usado em um inventário histórico.

De acordo com Finkelstein e Siberman, “A evidência de uma histórica conquista de Canaã pelos israelitas é fraca” .

Mais do que fracos, os relatos da Conquista de Canaã são por demais contraditórios para serem capazes de fornecer um quadro histórico da região abordada naquele período.

A Bíblia nos fala sobre os planos de batalha de Josué, que englobariam as seguintes cidades e regiões:
1 – Jericó
2 – Ai
3 – Exercito de coalizão Jerusalém-Hebrom.
4 – Região Sul
5 – Região Norte (Hazor)

No entanto, as descobertas arqueológicas não apenas se calam diante desses supostos acontecimentos narrativos. As evidências arqueológicas chegam até mesmo a contradizer os relatos bíblicos da Conquista, como veremos a seguir.

Do trabalho de Finkelstein e Siberman sobre a Conquista, selecionei alguns pontos que considerei relevante para a demonstração de que a arqueologia desmente certos relatos bíblicos, que são:


1) Israelitas maltrapilhos de um lado; exércitos canaanitas profissionais armados de outro...


Uma das grandes dificuldades apontadas por Finkelstein e Siberman é que dificilmente andarilhos maltrapilhos seriam capazes de enfrentar as fortalezas egípcias militarmente treinadas e armados existentes em Canaã na época:


“Como um exército em andrajos, viajando com mulheres, crianças e idosos, emergindo do deserto depois de décadas, poderia montar uma invasão efetiva? Como tal multidão desorganizada poderia vencer as grandes fortalezas de Canaã, com seus exércitos profissionais e suas bem treinadas unidades de bigas?”
Pessoas sem treinamento militar, sem conhecimentos de estratégia de guerra e combate, etc. dificilmente seriam capazes de enfrentar (e muito menos vencer!) o poderio militar egípcio.

2) O silêncio das fontes históricas

De acordo com Finkelstein:

“Existe indicação abundante de textos egípcios da Idade do Bronze posterior (1550 – 1150 a.C.) sobre os assuntos de Canaã, na forma de cartas diplomáticas, listas de cidades conquistadas, cenas de cercos gravados nas paredes dos templos no Egito, anais dos reis egípcios, obras literárias e hinos”.

No entanto, não existe nenhuma evidência, nem arqueológica e nem escrita, da suposta Conquista de Canaã. Vale lembrar que a Conquista de Canaã, sendo um acontecimento de enorme magnitude para o Oriente da época, equivaleria ao aparecimento do King Kong em Nova Iorque, de modo que se esses dois grandes eventos tivessem realmente acontecido, de forma nenhuma deixariam de ser registrados.

É como se os jornalistas passassem de frente ao Empire State, mas não vissem o Kong ou simplesmente o ignorassem deliberadamente. No caso da suposta Conquista de Canaã não existiria nenhuma razão para os comentaristas da época se calarem sobre esse grande evento, lembrando que possuímos vários documentos e inscrições que relatam acontecimentos dessa época. Esses documentos da época apontam comunicações entre egípcios e canaanitas como se nada tivesse acontecendo. Uma coisa é não termos documentos, outra, é termos de sobra e mesmo assim os mesmos se omitirem sobre determinado fato.

É por iss que Finkelstein afirma que:

“É inconcebível que a destruição pelos invasores de tantas cidades vassalas, leais, não tivesse deixado nenhum traço nos vastos registros do império egípcio. A única menção independente ao nome de Israel nesse período – a estela da vitória de Meneptah – anuncia apenas que, ao contrário, esse povo obscuro vivendo em Canaã sofrera derrota esmagadora. Nitidamente, alguma coisa não combina quando o relato bíblico, a evidência Arqueológica e os registros egípcios são colocados lado a lado”.

Finkelstein frisa que, quando os “Povos do Mar” começaram a invadir a Ásia, encontrou-se diversas alusões literárias e evidencias arqueológicas. Os próprios egípcios fizeram alusões literárias a esse conjunto de invasões realizadas por esses “Povos do Mar”, o que se caracterizou como um grande acontecimento – que jamais deixaria de ser percebido e comentado. No entanto, um acontecimento da mesma proporção e da mesma época – a invasão israelita e sua conquista das terras de Canaã – não foi nem sequer aludido de passagem.

Sendo que nenhum documento ou indicio arqueológico menciona a Conquista na época apontada pela Bíblia como a da Conquista, e sendo que tal conquista se caracterizaria como um grande acontecimento para o Antigo Oriente Médio de modo que jamais poderia deixar de ser mencionada caso houvesse acontecido, o veredicto é um só: A Conquista de Canaã jamais aconteceu.

3) Canaã sob o domínio egípcio

A Bíblia, por um lado, e os documentos da época da Conquista, juntamente com as descobertas arqueológicas, por outro lado, se contradizem de modo marcante no que se refere ao domínio e influência egípcia em Canaã.

Por um lado, temos a arqueologia e os documentos:

“[...] as cartas Amarna revelam que Canaã era uma província egípcia, firmemente controlada por administração egípcia. A capital provincial situava-se em Gaza, mas tropas egípcias estavam permanentemente estacionadas em lugares-chave por todo o país, como em Betsã, ao sul do mar da Galiléia, e no porto de Jaffa (hoje parte da cidade de Tel Aviv)”.

Por um lado, temos a versão da Bíblia:

“Na Bíblia, não existe o relato de nenhum egípcio fora das fronteiras de seu país, e nenhum é mencionado nas batalhas dentro de Canaã. Mesmo assim, textos contemporâneos e achados arqueológicos indicam que eles administravam e zelavam, de forma cuidadosa, pelos assuntos do país”.
De fato, nos textos bíblicos da Conquista, existe uma total ausência de referência aos egípcios que, caso houvesse ocorrido qualquer invasão israelita, teriam se manifestado e dizimado os israelitas prontamente. Essa falta de alusão equivale a narrar sobre aspectos políticos da Índia na época de Gandhi e se silenciar a respeito da hegemonia inglesa do país.

Finkelstein continua, afirmando que:

“No século XIII a.C., o controle do Egito sobre Canaã era mais forte do que nunca. A qualquer demonstração de agitação política, o exército egípcio cruzaria o deserto do Sinai ao longo da costa do Mediterrâneo e marcharia contra cidades rebeladas ou povos incômodos. [...] Depois de cruzar o deserto, o exército egípcio poderia derrotar facilmente qualquer força rebelde e impor seu domínio sobre a população local”.

Outro agravante, de acordo com Finkelstein, se refere a índole militar do faraó Ramsés II:

“O faraó Ramsés II, que governou durante a maior parte do século XIII a.C., não teria, com certeza, afrouxado seu domínio militar sobre Canaã; ele foi um rei poderoso, talvez o mais forte de todos os faraós, além de ser profundamente interessado em política externa”.

De fato, Ramsés II foi o faraó mais poderoso de todos os tempos. Em sua vida, dedicou-se a guerrear povos invasores, dos quais se destacaram os povos hititas (Heteus). Essa guerra contra os hititas foi abundantemente relatada em diversos documentos da época, que afirmam que os hititas não deixaram de ter uma resposta egípcia aos seus atos. De forma nenhuma, Ramsés II teria deixado a Conquista de Canaã pelos israelitas acontecer, tal como não deixou sem os hititas invadirem seus domínios sem realizar uma cruzada bélica contra esse povo.

4) Cidades fracas

De acordo com Finkelstein, outra evidência que desmente os relatos bíblicos da Conquista de Canaã pelos israelitas se refere a estrutura e poder das cidades que foram supostamente invadidas:


“Os príncipes das cidades de Canaã (descritos no livro de Josué como poderosos inimigos) eram, na verdade, pateticamente fracos. Escavações mostraram que as cidades de Canaã, nesse período, não eram cidades regulares, do tipo que conhecemos na história posterior. Eram fortalezas administrativas para uma elite, abrigavam o rei, sua família e seu pequeno círculo de burocratas, com os camponeses vivendo espalhados pelas terras imediatamente vizinhas, em pequenas aldeias. A típica cidade tinha apenas um palácio, um conjunto de edificações em torno de um templo e outros poucos prédios públicos, provavelmente residências para altos funcionários, hospedarias e outros edifícios administrativos”.

Só para se ter uma idéia de tão pequenas e quão fracas era a maior parte das cidades cananéias, Finkelstein apresentam textos da época em que reis cananeus pedem para seu susserano egípcio a quantia de apenas “Cinqüenta homens” para proteger a terra de invasões realizadas por outros povos cananeus:

“Uma demonstração da pequena escala dessa sociedade é o pedido enviado pelo rei de Jerusalém ao faraó, em uma das cartas Amarna, solicitando cinqüenta homens ‘para proteger as terras’. A minúscula escala das forças armadas naquele período é confirmada por outra carta, enviada pelo rei de Megiddo, que pede ao faraó para mandar cem soldados afim de proteger a cidade de um ataque de seu agressivo vizinho, o rei de Shechem”.

De fato, se cidades como Jerusalém e Megiddo fossem realmente tão poderosas quanto a Bíblia quer que tivessem sido nesse período, teriam precisado de um número bem maior de soldados do que cinqüenta e cem homens. O ato de enviar uma carta pedindo auxilio ao susserano equivale a um ato de desespero e de extrema necessidade de ajuda. O interessante é que, no caso dessas cidades cananéias, esse desespero poderia ser sanado com o envio por parte dos egípcios de apenas menos de uma centena de homens.
5) A muralha invisível

A chamada “arqueologia da conquista”, da primeira metade do século XX, em que arqueólogos cristãos tentaram defender a versão de Josué mediante as escavações de Albright em Tell Beit Mirsim/Debir (1926-1932), dos britânicos em Tell ed-Duweir/Lakish (1930ss) e do israelense Yigael Yadin em Tell el-Waqqas/Hasor (1956) entrou em crise exatamente após serem realizadas novas pesquisas em Jericó, Ai, Gabaon, concluindo que muitas dessas cidades nem sequer existiam no século XIII A.C., fazendo cair o consenso sobre a conquista de Canaã.

No caso de Jericó e outras cidades, as descobertas arqueológicas comprovaram que as mesmas não possuíam muralhas no período alegado pela Bíblia.
De acordo com Finkelstein:

“Não existiam muros em torno das cidades. As formidáveis cidades canaanitas descritas nas narrativas de conquista não eram protegidas por fortificações!”

E continua:

“Jericó estava entre as [cidades] mais importantes. Como já observamos, as cidades de Canaã não eram fortificadas, e não existiam muralhas que pudessem desmoronar. No caso de Jericó, não havia traços de nenhum povoamento no século XIII a.C., e o antigo povoado, da Idade do Bronze anterior, datando do século XIV a.C., era pequeno e modesto, quase insignificante, e não fortificado. Também não havia nenhum sinal de destruição. Assim, famosa cena das forças israelitas marchando ao redor da cidade murada com a Arca da Aliança, provocando o desmoronamento das poderosas muralhas pelo clangor estarrecedor de suas trombetas de guerra, era, para simplificar, uma miragem romântica” .

A compreensão atual dos textos bíblicos que apresentam a estória da queda de Jericó pelas trombetas dos israelitas e pela intervenção divina, a luz das descobertas arqueológicas, nos revela que tais relatos devem ser lidos e interpretados como lendas folclóricas judaicas criadas no mesmo objetivo que as lendas romanas contidas em Ab Urbe Condita, de Tito Lívio e na Eneida de Virgílio: glorificação nacional.
 
A descoberta da inexistência histórica das muralhas de Jericó é até mais interessante do que as demais porque esta é uma das melhores evidências histórica que depõe diretamente contra a realização de um de milagre divino.

A constatação da ausência de muralhas nas cidades cananéias referidas na Bíblia como muradas é, de acordo com Fox, totalizante, pois “Em todos os sítios, as cidades e as muralhas que Josué teria destruído trazem negativas peremptórias”. .
 

E continua:

“Na década de 1930, um novo exame de sítio de Jericó deu a impressão de sugerir ‘vestígios claros de um imenso incêndio’, o colapso do circulo interior das muralhas e a destruição da cidade em torno de 1400 a.C. Outros logo transferiram a data para 1200 a.C., mas era um excesso de confiança. Inspeções posteriores fizeram a data recuar mil anos, a um ponto (2350 a.C.) fora de alcance de Josué. A parte mais alta do monte de Jericó [...] não deixou nenhum indício de uma grande muralha ou de uma cidade que, de qualquer maneira, precisaria ter sobrevivido entre as ruínas dos níveis inferiores da encosta ou do sopé do sítio”.

Robin Lane Fox conclui sua revisão das descobertas arqueológicas com a seguinte declaração:

“Pode ter havido uma aldeia de tamanho razoável em Jericó em torno de 1320 a.C., mas não havia nada que pudesse lembrar uma cidade ou muros intransponíveis. Depois de 1300 a.C., não houve qualquer ocupação humana no local: na data em geral atribuída ao Êxodo e à Conquista (c. 1250-1230 a.C.), os israelitas não teriam sequer a necessidade de tocar uma trombeta para tomar de assalto toda a área”.

Finkelstein explica porque as cidades cananéias daquela época não possuíam muralhas:

“Com o Egito mantendo firme controle da segurança de toda a província, não havia necessidade de sólidas muralhas defensivas. Existia também uma razão econômica para a ausência de fortificações na maioria das cidades de Canaã. Com a imposição de pesados tributos pagos ao faraó pelos príncipes dessas cidades, os pequenos governantes locais não deviam ter os meios (ou autoridade) para se engajar em grandes obras públicas”.


De fato, ao contrário do que a Bíblia relata, as cidades de Canaã da época da suposta “Conquista” não eram, definitivamente muradas, e muitas nem sequer habitadas. O anacronismo com o qual os autores dos textos sagrados escreveram essas estórias nos fazem pensar no quanto a história pode ser prejudicada por uma ficção que se pretende ter sido verídica por seus defensores, e mais ainda o quanto a Civilização Ocidental vem sendo influenciada, tanto cultural, política, teológica e socialmente, por estórias destituídas de valor histórico, como essas.

6) Presença egípcia em Canaã e a continuidade dos povos cananeus

Outro fato que vem a deitar os relatos bíblicos por terra é o fato de que havia uma contínua interação entre o Egito e as cidades de Canaã mesmo após essas cidades terem sido totalmente destruídas por Josué de acordo com o texto bíblico.

Ou seja, cidades que supostamente foram destruídas no século XIII a.C., simplesmente continuaram a existir sem sequer um arranhão pelos séculos consecutivos. É como se existissem dois mundos paralelos: um em que essas cidades foram destruídas (o mundo da Bíblia) e outra em que essas cidades continuaram suas atividades com se nada tivesse acontecido.

“A arqueologia descobriu evidências dramáticas da extensão da própria presença egípcia em Canaã. Uma fortaleza egípcia foi escavada no sítio de Betseã, ao sul do mar da Galiléia, por volta do ano de 1920; suas várias estruturas e pátios continham estátuas e monumentos com inscrições em hieróglifos, da época dos faraós Sethi (ou Seti) I (1294-1279 a.C.), Ramsés II (1279-1213 a.C.) e Ramsés III (1184-1153 a.C.). A antiga cidade de Megiddo, em Canaã, revelou indício de forte influência egípcia até a época do faraó Ramsés VI, que governou no final do século XII a.C. Isso foi muito depois da suposta conquista de Canaã pelos israelitas”.
 
Se as cidades cananéias foram realmente conquistadas e destruídas pelos israelitas como falam as narrativas bíblicas, por que essas mesmas cidades continuaram no mesmo lugar como se nada tivesse ocorrido? Por que seu rei continuou a governar normalmente como se não houvesse sido morto em batalha contra os israelitas? Por que as lavouras, os pastos e os rebanhos continuaram a ser administrados por seus donos se os israelitas conquistaram e destruíram tudo? Por que a religião local continuou a ser praticada se os israelitas a substituíram por seu egoísta monoteísmo? Por que essas mesmas cidades continuaram a se comunicar com os faraós egípcios até dezenas e centenas de anos depois da suposta “Conquista” sem relatar nada do ocorrido e como se nada tivesse acontecido?

São coisas como essas que desmentem diretamente os relatos bíblicos.

7) A arqueologia das “cidade conquistadas” e a discrepância bíblica

A arqueologia vem derrubando, uma a uma, as várias narrativas bíblicas que discorrem sobre supostas invasões e conquistas que os israelitas realizaram supostamente a comando de Josué. Tais cidades são citadas no livro de Josué como ícones do triunfo de Israel, mas a arqueologia vem minando toda essa suposta glória.

De acordo com o historiador de Oxford, Robin Lane Fox:

“[Vários] problemas recorrem em vários sítios da Palestina mencionados nos livros de Josué e dos Juízes: ou não exibem sinais de ocupação urbana protegida por muralhas na data que se prefere para a chegada de Josué ou então não exibem sinais de uma onda única de destruição conjunta”.


O que acontece é que os supostos acontecimentos bíblicos alegados em relação às várias cidades citadas na narrativa da Conquista simplesmente entram em contradição com os resultados das pesquisas arqueológicas.
A CIDADE DE AI


De acordo com a Bíblia, Ai (ou Hai) foi uma das cidades que foram “completamente destruídas” pelos Israelitas. De acordo com Josué 8.27-28, de Ai os israelitas deixaram apenas um “montão de ruínas”. Essas ruínas, de fato, deveriam permanecer, como muitas outra ruínas, até os dias atuais para que os arqueólogos confirmassem o texto bíblico. No entanto, a arqueologia, mais uma vez, oferece um veredicto negativo em relação as narrativas bíblicas.

De acordo com Finkelstein:

“Pequena discrepância entre a arqueologia e a Bíblia foi encontrada no sítio da antiga Hai (ou Ai), onde Josué armou sua inteligente emboscada, de acordo com a Bíblia. [...] Entre 1933 e 1935, a arqueóloga judaico-palestina Judith Marquet-Krause, educada na França, realizou uma escavação em larga escala em et-Tell (sitio de Ai) e encontrou muitos remanescentes de uma imensa cidade da antiga Idade do Bronze, datada de mais de um milênio antes do colapso de Canaã, na Idade do Bronze posterior. Nenhum pedaço de cerâmica ou qualquer outra indicação de um povoamento da Idade do Bronze posterior foi encontrado. Escavações retomadas mais ou menos no ano de 1960 produziram o mesmo quadro. Como Jericó, lá não havia nenhum povoamento na época de sua suposta conquista pelos filhos de Israel”.

O historiador de Oxford, Robin Lane Fox, confirma esse fato, através da seguinte afirmação:

“Em Ai, uma primeira escavação que durou até 1935 foi reescavada até 1972, mas em nenhum caso se encontrou nada que contribuísse para o crédito à versão do livro de Josué. Os escavadores encontraram uma primeira cidade destruída por volta de 2350 a.C. Depois, não havia mais sinal de ocupação humana da área, nada que pudesse frustrar os invasores israelitas, quanto mais obrigá-los a uma segunda tentativa e por fim reduzir a cidade a um monte de pedras e sangue. Em qualquer das datas que se possa atribuir a Josué, simplesmente não existia nada em Ai. Durante o século XI a.C., alguns camponeses começaram a construir uma aldeia no local, mas seus esforços foram muito tardios e esparsos para justificar os relatos da Bíblia. As tentativas de negar que o sítio escavado (ex-tell) fosse de fato o sítio de Ai não tiveram qualquer êxito”.

Donald Redford, arqueólogo da Universidade da Pensilvânia, afirma que

“As modernas técnicas arqueológicas permitem identificar os mais ínfimos vestígios deixados pela passagem de simples pastores” .

No entanto, nada foi encontrado em Ai do período de 1400 a 1200 a.C. – nada que viesse a dar crédito às narrativas bíblicas.

O “grande” arqueólogo biblicista e fundamentalista, Albright, que já tinha conhecimento dessas discrepâncias, mas ocultava isso, dando uma “desculpa esfarrapada”, afirmando que os textos bíblicos se corromperam, mas que na verdade, se referiam a outras cidades:

“Olhando para Hai, Albright sugeriu que a história da sua conquista se referia originalmente a Betel, em sua vizinhança, pois as duas cidades eram estreitamente associadas, tanto geograficamente como tradicionalmente”.

No entanto, Albright também se equivocou com essa explicação, sendo que a destruição de Betel se deu não por causa dos israelitas, mais por causa dos “Povos do Mar”, muitos anos depois.

A “SAGA DOS GABAONITAS”

No que se refere a suposta “saga dos gabaonitas” apresentada na Bíblia, Finkelstein apresenta os seguintes fatos:

“E a saga dos gabaonitas, com seu pedido de proteção e clemência? Escavações no cômoro da vila de el-Jib, ao norte de Jerusalém, que um consenso erudito identificou como o sítio da bíblica Gabaon, revelaram remanescentes da Idade do Bronze média e da Idade do Ferro, mas nenhum da Idade do Bronze posterior. E pesquisas arqueológicas nos sítios de outras três cidades dos gabaonitas, Cafira, Berot, e Cariat-Iarim, mostraram o mesmo quadro: em nenhum dos sítios existiam remanescentes da Idade do Bronze posterior. O mesmo vale para outras cidades citadas na narrativa da conquista e na lista resumida dos reis de Canaã (Josué 12). Entre elas, encontramos Arad, no Neguev, e Hesebon, na Transjordânia, mencionada no último capítulo”.

AS CIDADES DE LAQUIS E MEGIDO

A Bíblia afirma que Lachish (Laquis) foi tomada em dois dias pelos israelitas e que todos os habitantes da cidade foram mortos a fio da espada (Josué 10.32). No entanto, as escavações demonstraram que a queda de Laquis se deu muito tempo depois da suposta Conquista por Josué, conforme Finkelstein explica:

“Escavações em Lachish encontraram nos destroços um fragmento de metal – provavelmente um encaixe do principal portão da cidade – que leva o nome de Ramsés III. O achado nos diz que Lachish não deve ter sido destruída antes do reinado desse monarca, que governou entre 1184 e 1153 a.C. Por fim, a base de metal de uma estátua com o nome do faraó Ramsés VI (1143-1136 a.C.), achada nas ruínas de Megiddo, indica que o grande centro do vale de Jezrael, em Canaã, foi aniquilado, provavelmente na segunda metade do século XII (ou seja, cem anos depois da data bíblica da ‘Conquista’).

De fato, se essas cidades tivessem sido destruídas na época em que a Bíblia alega ter sido, jamais se teria encontrado objetos e estátuas que cultuavam os imperadores faraós Ramsés III e Ramsés VI, que datam aproximadamente de um século depois, mas sim de Ramsés II ou de Merneptah. O achado da estátua dos então imperadores egípcios de Canaã, prova que os habitantes dessas cidades não foram “dizimados” como a narrativa bíblica afirma, e que a destruição da cidade se deu apenas centenas de anos depois da suposta Conquista de Canaã perpetrada pelos israelitas.

AS CIDADES DE HAZOR E OUTRAS CIDADES

O mesmo, de acordo com as recentes pesquisas e com Finkelstein, pode-se dizer em relação as seguintes cidades:

“Relatos [bíblicos] informam que os reis de cada uma dessas quatro cidades – Hazor, Afec, Lachish e Megiddo – foram derrotados pelos israelitas sob a liderança de Josué. Mas a evidência arqueológica mostra que a destruição daquelas cidades ocorreu durante espaço de tempo de mais de um século. As causas possíveis incluem invasão, colapso social e lutas civis. Nenhuma força militar isolada provocou tal destruição, e com certeza não o fez em uma única campanha militar”.

O interessante é que a Bíblia afirma claramente que Hazor foi “destruída a fogo”, e que seus habitantes foram “destruídos totalmente” (Josué 11.11). No entanto, a cerâmica encontrada nas ruínas dessa cidade foram datas inequivocavelmente por especialistas em Grécia micênica e por arqueólogos do Oriente Próximo como pertencentes aos anos posteriores ao ano de 1190 a.C., ou seja, vários anos após a conquista de Canaã pelos israelitas. E a ruína dessa cidade, de forma nenhuma, aconteceu “de uma só vez”.

A CIDADE DE GIBEÃO


Sobre a cidade de Gibeão, que o livro de Josué afirma ter sido uma “grande cidade como uma das cidades reais, e ainda maior do que Ai”, a arqueologia foi bastante clara. De acordo com Lane Fox, um dos próprios escavadores afirmou enfaticamente que:

“Não pode haver dúvidas com base nos melhores indícios disponíveis de que não havia ali [Gibeão] qualquer cidade de alguma importância na época de Josué”.

Robin Lane Fox, totalmente embasado nas descobertas mais recentes da arqueologia, afirma definitivamente que:

“Em todos os sítios [estudados pelos arqueólogos], as cidades e as muralhas que Josué teria destruído trazem negativas peremptórias”.

Essas “negativas peremptórias” da arqueologia são gritantes o suficiente para que possamos compreender que essas narrativas bíblicas não são históricas, mas folclóricas. Não se referem a fatos históricos, mas a episódios criados pela mente dos israelitas para darem uma explicação sobre a origem de seu povo e para inspirar as gerações futuras no ideal nacionalista e religioso de Israel.

Finkelstein, para concluir, afirma que:
“[Desse modo] o que na verdade era uma série caótica de insurreições, causada por muitos fatores diferentes, e também por inúmeros grupos distintos, tornou-se, muitos séculos depois, uma saga brilhantemente elaborada a respeito de uma conquista territorial sob as bênçãos e o comando direto de Deus. a produção literária dessa saga realizou-se com propósitos muito diferentes da comemoração de lendas locais; foi passo importante para a criação da identidade pan-israelita”.


Esperamos que em um futuro bem breve toda a humanidade esteja sarada desta doença chamada “irrerância bíblica”.


fontes

FINKELSTEIN, Israel; SIBERMAN, Neil. A Bíblia Não Tinha Razão. São Paulo: A Girafa Editora, 2003.

FINKELSTEIN, Israel; SIBERMAN, Neil. A Bíblia e seu tempo. Documentário em DVD da editora da História Viva.

FOX, Robin Lane. Bíblia: verdade e ficção. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. 
 






Bagatela: cem prepúcios por uma esposa


Um resuminho

No versículo 17 de I Samuel 18, Saul decide dar a Davi sua filha Merob como esposa. Em troca, Davi deveria tornar-se um guerreiro de Javé (?). 

O ardil de Saul era fazer com que Davi morresse lutando contra os filisteus, pois o clima entre os dois não era nada amistoso. Porém Davi, empertigado, julga-se indigno de ser genro do rei (18).

Quando chegou a época de Saul dar Merob a Davi, ela foi dada a Adriel de Meola. No entanto, Mical, a outra filha de Saul, apaixona-se por Davi. Sabendo disto, Saul vê uma nova chance de colocar Davi contra os filisteus (19-21).

Saul ordena a seus servos que persuadam Davi a aceitar a proposta de ser genro do rei. Mais uma vez Davi recusa a oferta (22-24). Então, Saul resolve dar a última cartada:

"Falem assim a Davi: 'O rei não está querendo dinheiro; ele se contenta com cem prepúcios de filisteus, como vingança contra seus inimigos.'" (25)

Os ministros de Saul comunicam a proposta a Davi, que agora acha uma condição justa para ser genro do rei. 

Ainda dentro do prazo, Davi e seus homens saem em campanha à procura dos cem prepúcios filisteus. 

Porém, Davi mata duzentos filisteus, retira o prepúcio de todos e leva tudo para Saul [imaginem a cena: Davi chegando com um saco de prepúcios...]. 

Assim, o rei concede a filha a Davi (26-27).

Percebendo que Javé está definitivamente com Davi, Saul torna-se inimigo mortal de seu genro, que agora já possui grande fama (28-30).

Não é menos grotesco por causa disso mas para os Judeus, um homem não ser circuncidado era algo abominável, e os filisteus não tinham esse costume. Portanto, essa maluquice de levar prepúcios de filisteus seria uma maneira de provar quantos filisteus ele teria matado.



Contradição e Absurdo: olhando na Arca da Aliança

Pergunta: Quantas pessoas morreram por olhar dentro da arca Assassina?.


50.070 pessoas:
1 Samuel 6
19 E o SENHOR feriu os homens de Bete-Semes, porquanto olharam para dentro da arca do SENHOR; feriu do povo cinqüenta mil e setenta homens; então o povo se entristeceu, porquanto o SENHOR fizera tão grande estrago entre o povo
.

Versões:

João Ferreira de Almeida;
João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida (1969);
João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida (1995);
João Ferreira de Almeida Revisada Imprensa bíblica;
Sociedade Bíblica Britânica;
King James;



70 pessoas:
I Samuel 6
19 Feriu o SENHOR os homens de Bete-Semes, porque olharam para dentro da arca do SENHOR, sim, feriu deles setenta homens; então, o povo chorou, porquanto o SENHOR fizera tão grande morticínio entre eles
.

Versões:
João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada (1993);
Nova Versão Internacional

E aí, qual dos dois casos é verdadeiro?

Nesse caso, erro de tradução não funciona, pois há uma diferença muito grande entre “cinqüenta mil e setenta pessoas (50.070)” e “setenta pessoas(70)”.

Agora vamos ao absurdo:

Imaginem mais de 50 mil pessoas mortas apenas por olhar dentro da arca!!!

Imaginem a fila para morrerem:

- “Próximo da fila por favoooooor!!!!”

E os cadáveres!?? Ficaram aonde!? Ao redor da arca Assassina?!

Imaginem uma pilha de cadáveres ao redor da arca, e as pessoas, mesmo assim, ainda querendo olhar dentro dela!


Imaginem a cena, O décimo cara da fila pensando:
- Nove olharam dentro da arca e morreram, se eu olhar irei morrer também, mas isso é mais forte que eu, sou muito curioso, tenho que olhar!! Tenho que olhar...  Morreu.

Imaginem o Trigésimo cara:
- Vinte e Nove já olharam dentro da arca e morreram, mas talvez eu escape. O que será que tem la dentro?!! Eu tenho que saber! Eu tenho que saber! Pelo menos minha curiosidade morre também...
Morreu.

Pra piorar, imaginem o cara numero 41233 da fila:
- Que droga, já morreram 41232 pessoas por olharem dentro da arca! Mas eu não consigo evitar, tenho que olhar também!! Mas se eu olhar eu morro! Talvez sim, talvez não... é mais forte que eu, é mais forte que eu...
Morreu. 

Contradição: vestindo Jesus para o julgamento


A pergunta é: quem vestiu Jesus em seu julgamento?
 
Mateus, Marcos e João dizem que foram os soldados de Pilatos:
 
Mateus 27:27,38
E logo os soldados do presidente, conduzindo Jesus à audiência, reuniram junto dele toda a coorte.
E, despindo-o, o cobriram com uma capa de escarlate -


Marcos 15:15,17
Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás e, açoitado Jesus, o entregou para ser crucificado.
E os soldados o levaram dentro à sala, que é a da audiência, e convocaram toda a coorte.
E vestiram-no de púrpura, e tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça -


João 19:01,02 
 Pilatos, pois, tomou então a Jesus, e o açoitou.
E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram sobre a cabeça, e lhe vestiram roupa de púrpura
 
Lucas discorda dos três, e diz que a roupa (capa ou manto) foi posta em Jesus bem antes, por Herodes:
 
Lucas 32:11
E Herodes, com os seus soldados, desprezou-o e, escarnecendo dele, vestiu-o de uma roupa resplandecente e tornou a enviá-lo a Pilatos
 
Notem que Lucas não diz nada sobre uma coroa de espinhos, enquanto Mateus, Marcos e João nada dizem sobre Jesus ter sido levado também a Herodes

Absurdo: de volta ao passado



Diz a bíblia:

8 E Ezequias disse a Isaías: Qual é o sinal de que o SENHOR me sarará, e de que ao terceiro dia subirei à casa do SENHOR?
9 Disse Isaías: Isto te será sinal, da parte do SENHOR, de que o SENHOR cumprirá a palavra que disse: Adiantar-se-á a sombra dez graus, ou voltará dez graus atrás?
10 Então disse Ezequias: É fácil que a sombra decline dez graus; não seja assim, mas volte a sombra dez graus atrás.
11 Então o profeta Isaías clamou ao SENHOR; e fez voltar a sombra dez graus atrás, pelos graus que tinha declinado no relógio de sol de Acaz.- II Reis 20

Aqui Deus realiza algo tão extraordinário quanto fez para Josué. 

Dez graus em um relógio de sol equivale a 45 minutos! Contudo, nenhum dos outros povos, que na época já mantinham uma consistente observação astronômica - babilônios, persas, egípcios, chineses, assírios, gregos - não fizeram qualquer registro dessa volta ao passado!

Contradição: o beijo de Judas


A pergunta é: Jesus foi identificado pelo beijo de Judas?
 

Sim! Seus perseguidores o reconheceram através do beijo:


E, estando ele ainda a falar, eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele grande multidão com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo.
E o que o traía tinha-lhes dado um sinal, dizendo: O que eu beijar é esse; prendei-o.
E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi; e beijou-o. - Mateus 26:47-49 (o mesmo em Marcos e Lucas)

Não! O beijo não foi necessário, pois o próprio Jesus se indentificou:

Tendo, pois, Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e archotes e armas.
Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais?
Responderam-lhe: A Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava com eles. - João 18:03-05

Em João o beijo não é dado em momento algum! Continando:

6 Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra.

 O próprio Jesus quem disse que era ele mesmo! Não houve ninguém para o apontar.

7 Tornou-lhes, pois, a perguntar: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus Nazareno.
8 Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois, me buscais a mim, deixai ir estes;
9 Para que se cumprisse a palavra que tinha dito: Dos que me deste nenhum deles perdi.

E Jesus confirma novamente que era ele. Não há lugar para o beijo traidor. E o autor ainda fecha apresentando uma "profecia" para justificar o ato de Jesus. 


Contradição: "Eles Não Sabiam da ressurreição??"


A pergunta é: os apóstolos deveriam saber que Jesus ressuscitaria?
 
Sim! Várias passagens deixam isso muito claro:


Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia - Mateus 16:21



Dizendo: É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia - Lucas 09:22
 
As mulheres também sabiam da ressurreição:


Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia,
Dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite.
E lembraram-se das suas palavras. - Lucas 24:06-08
 
Até mesmo seus inimigos sabiam:


Dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias ressuscitarei
Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, não se dê o caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dentre os mortos; e assim o último erro será pior do que o primeiro - Mateus 27:63,64
 
Contudo, os apóstolos - os mais chegados! - não sabiam:


Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu.
Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos - João 20:08,09


E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram - Lucas 24:11

Notem que o ponto mais pertinente é o desconhecimento de que a ressurreição deveria ocorrer, e não se eles deveriam acreditar.

Porém, mesmo quanto à descrença, a coisa é problemática, pois Jesus ressuscitou um cadáver já em estado de decomposição (Lázaro) e fez grandes prodígios. 

As Fantásticas Hemorróidas de Ouro



Esse relato está nos capítulos 5 e 6 de 1 Samuel.
 
Os filisteus roubam a arca da aliança. Ah, filisteus burros!


1 Os filisteus, pois, tomaram a arca de Deus e a trouxeram de Ebenézer a Asdode.
 
Deus joga uma, digamos, criativa praga sobre eles:


6 Porém a mão do SENHOR se agravou sobre os de Asdode, e os assolou; e os feriu com hemorróidas,
 
A coisa fica dolorida pro lado dos mocinhos maus da bíblia:


12 E os homens que não morriam eram tão atacados com hemorróidas que o clamor da cidade subia até o céu.
 
No capítulo seguinte, após 7 meses (1 Samuel 6:1)  de sofrimento, os filisteus resolvem devolver a arca:


3 Os quais disseram: Se enviardes a arca do Deus de Israel, não a envieis vazia, porém sem falta enviareis uma oferta para a expiação da culpa; então sereis curados,
 
Como vocês leram acima, a arca não devia ser devolvida vazia. Mas o que colocar nela para agradar ao deus hebreu? Hemorróidas de ouro, claro!


5 Então disseram: Qual é a expiação da culpa que lhe havemos de enviar? E disseram: Segundo o número dos príncipes dos filisteus, cinco hemorróidas de ouro e cinco ratos de ouro
 
E enviam as hemorróidas, lindas e lustrosas, para aplacar a ira do bom deus:


11 E puseram a arca do SENHOR sobre o carro, como também o cofre com os ratos de ouro e com as imagens das suas hemorróidas.
 
O deus hebreu amou o presentinho e tudo se resolveu:


7 Estas, pois, são as hemorróidas de ouro que enviaram os filisteus ao SENHOR em expiação da culpa
 
E todos viveram felizes para sempre (bom, não exatamente).


Nota: algumas versões evitam usar "hemorróida", mas é isso mesmo: do hebraico thechoriym'. Não seja enganado



Versão: Almeida Corrigida e Revisada Fiel 


Fonte: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=2467880&tid=5301592907311887161